sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Benfica - Braga 1ª Jornada 2012/2013 Antevisão

Dê-se o mérito. O Braga, nos últimos anos, cresceu em dimensão com uma ideia a um tempo simples e genial: como os peixes que se movimentam na boca dos tubarões, alimentando-se do que estes não comem, também o Braga recicla o que os grandes não aproveitam. João Pereira, Quim, Nuno André Coelho, Sílvio, Hélder Barbosa, César Peixoto, Rúben Amorim, Custódio, Hugo Viana, Alan e Nuno Gomes são disso exemplo, inteligentemente conjugados com jogadores como Lima, Mossoró, Vandinho ou Douglão, que por um motivo ou por outro passaram por baixo do radar dos grandes. Equipa coesa e à qual os média não dão a mesma atenção que aos grandes (permitindo tranquilidade no trabalho), com excelentes resultados em casa e tendo sido quiçá o clube que mais soube beneficiar com as estruturas construídas para o Euro 2004, é uma equipa que tem ainda o condão de ter a cidade onde se baseia na mão, tendo conseguido criar a ideia de que os benfiquistas que a enchiam emigraram. Infelizmente, o mérito desportivo anda a par com o servilismo ao Porto e fica a pergunta para o futuro: quando Salvador for para o clube do coração, o que acontecerá mais tarde ou mais cedo, correrá o Braga o risco de se tornar o novo Boavista?

Até que essa pergunta seja respondida, o Braga conta ainda com outro trunfo: José Peseiro. Não porque seja um treinador ganhador - não o é - mas porque as posições que o Braga almeja (2º ou 3ª) são aquilo que o treinador, um dos que põe as suas equipas a dar melhores espectáculos em Portugal, está calibrado para oferecer, encontrando aqui o projecto ideal para si. 

Nisto, temos um Benfica ainda com assuntos por resolver (lateral-esquerdo, lesões de Aimar e Gaitan, possível venda de Witsel, Sálvio que chegou tarde), depois de uma semana de polémica e ao qual a imprensa aproveitará para colocar em cheque caso o resultado não seja a vitória. É um bom jogo para a equipa se habituar ao que acontecerá durante a época: pouco a ganhar com a vitória, que será relativizada, muito a perder com a derrota, que será exponenciada.   

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